terça-feira, 31 de março de 2015

sexta-feira, 20 de março de 2015

My Favorite Things

Quando o cachorro te rasga e quando a abelha te ferra, meu parceiro, aí, só as favorite things pra te salvar...

My Favorite Things - Richard Rodgers
(Arranjo: Masatoshi Taruishi)

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Abaixo, quem fez direito:


Julie!
(...raindrops on roses and whiskers on kittens...)

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John!
(...snowflakes that stay on my nose and eyelashes...)


Com direito a gif direto do coração:
(Coltrane-Machine!)

sábado, 14 de março de 2015

Me chamem Heathcliff!

Esse amor quase puro, esse amor semi-genuíno, esse amor patriótico-itinerante e - confesso - meio longitudinalmente macabro que experimentei pela primeira e única vez na vida, se deve a esta apresentação da Kate Bush:


Ou foram esses olhões esbugalhados com esse colorido incomum, ou essa expressividade magnética, ou essa falta de receio em fazer uma careta ao encarar o âmago de uma câmera, ou tudo isso junto, em contraste com a delicadeza dos traços, a suavidade da pele, a voz penetrante, enfim...

Soube naquele momento que seria para sempre apaixonado por aquela mulher.

Então percebi o lance cafona da planta artificial brotando de dentro do piano e aí foi demais pra mim. Nem precisava tanto. Foi o tiro de misericórdia. Caí como um pato.

Quis imediatamente ler "O Morro dos Ventos Uivantes" pra ao menos tentar entender o motivo de ela ter feito essa bela canção. Quis chegar mais perto, quis construir ardilosa e sorrateiramente algum assunto pro caso da minha improvável sorte de termos, em um dia chuvoso qualquer de novembro, um encontro fortuito em um desses pubs do mundo.

E assim fiz:


Mas, não contente em apenas ler, destaquei cada pequeno trecho. Algo e qualquer coisa significativa, importante pra mim, que pudesse ser usado no dia do nosso encontro.


Coisas bobas como essas:

“Eu nunca disse ‘meu amor’ verbalmente; mas, se o olhar tem uma linguagem, qualquer idiota adivinharia a veemência dos meus sentimentos.”

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“Miss Cathy jogou fora o Leme da Salvação e Heathcliff meteu o pé na primeira parte de O caminho da perdição!”

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“- Deixe-me entrar, deixe-me entrar!
- Vim para casa; perdi o caminho da charneca!”

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“Um homem sensato deve encontrar companhia suficiente em si mesmo.”

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“-Venha! Venha! – soluçava – Venha, Cathy. Mais uma vez! Querida do meu coração, ouça-me desta vez, Catherine, enfim!”

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“Como somos volúveis!”

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“Era uma criaturinha selvagem, rebelde – mas tinha o olhar mais lindo, o sorriso mais doce e os pés mais leves da paróquia.”

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“Vociferei pragas suficientes para aniquilar qualquer malvado em toda a cristandade.”

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“- Nelly, faça-me ficar decente! Vou ficar bonzinho.”

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“As pessoas orgulhosas alimentam pensamentos tristes.”

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“- O senhor não devia ficar na cama até as dez. A pessoa que não fez metade de seu trabalho até as dez horas, corre o risco de deixar a outra metade por fazer.”

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“[...] mas olha só para a folhinha naquela parede [...] – As cruzes marcam as tardes que você passou com os Linton, os pontos as que você passou comigo. Está vendo? Marquei todos os dias.
[...] – E qual a finalidade disso?
- Mostrar que eu prestei atenção – disse Heathcliff.”

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“E como seu pai pragueja docemente em sua solidão!”

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“...porque ele é mais eu mesma do que sou.”

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“[...] Nelly, eu sou Heathcliff! Ele está sempre em meu espírito, não como um prazer, do mesmo modo que não constituo sempre um prazer para mim própria, mas como meu próprio ser.”

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Essa felicidade terminou. No final de contas, todos nós temos de contar é conosco mesmo. Os bons e generosos são apenas mais sabiamente egoístas do que os dominadores. E aquilo terminou quando as circunstâncias levaram cada um a perceber que o interesse de um não era a principal consideração nos pensamentos do outro.”

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“Mas os dois se parecem muito: são crianças mimadas e pensam que o mundo foi feito para se acomodar a sua vontade, e, embora eu faça a vontade de ambos, acho que um bom castigo pode melhorá-los.”

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“- Você é como um cão comendo, Cathy, e não quer que ninguém seja amado, a não ser você!”

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“Tendo arrasado meu palácio, não construa uma choupana e, complacentemente, admire sua própria caridade de me dá-la para moradia.”

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“- Se não tem coragem de atacá-lo, peça-lhe desculpas ou se resigne a apanhar. Assim se corrigirá de fingir mais bravura que possui.”

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“Estou com medo de dormir. Meus sonhos me apavoram.”

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“Não ficarei ali sozinha: podem enterrar-me numa cova de 12 pés de fundura e pôr a igreja em cima de mim, mas não descansarei enquanto você não estiver comigo. Jamais!”

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“- Eu a obrigarei a uivar uma retratação!”

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“Não descubro qualquer sentimento que os que me rodeiam compartilhem comigo.”

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“...sentada em algo pior que a solidão...”

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“...toda a essência de loucura concentrada no mundo...”

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“...abismo do absurdo, da perfeita idiotice...”

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“Sei que fantasmas têm andado na terra. Sê sempre comigo... toma qualquer forma... empurra-me à loucura! Mas não me deixes neste abismo, onde não posso encontrar-te! Oh! Meu Deus! É indivisível! Não posso viver sem minha vida! Não posso viver sem minha alma!”

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“ O tempo trouxe a resignação e uma melancolia mais doce que a alegria comum.”

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“Um esperou e o outro desesperou: escolheram seus próprios destinos e foram devidamente sentenciados a enfrentá-los.”

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“Vestia suas roupas domingueiras com a fisionomia mais triste e hipocritamente santa.”

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“- Apenas ninguém mais deve ser bom para ele: sou zeloso em monopolizar seu afeto.”

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“...se eu lhe emprestasse os livros da biblioteca ele faria o que eu quisesse...”

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“Ele queria que tudo repousasse num êxtase de paz; eu queria que tudo reluzisse e dançasse num glorioso jubileu.”

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“...mas, enquanto eu continuar afetado de toda esperança e condenado à solidão ou à convivência com aqueles que não agem nem pensam de acordo comigo, como poderei ficar alegre e satisfeito?”

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“- Não tem livros! – exclamei. – Como consegue viver aqui sem eles, desculpando-me a indiscrição? Embora disponha de uma grande biblioteca, sinto-me muito entediado na Granja; se me tirarem meus livros, ficaria desesperado!”

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“...leia sua Bíblia como um cristão, e não se preocupe comigo.”

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“Um homem velho como eu não pode se acostumar com novidades!”

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“...pois que há, para mim, que a ela não esteja ligado? E o que não me faz lembrá-la? Não posso baixar os olhos para este chão sem que suas feições se desenhem nas lajes! Em cada nuvem, em cada árvore, enchendo o céu à noite e divisada em todos os objetos de dia, estou cercado por sua imagem! As mais ordinárias fisionomias de homens e mulheres... minha própria fisionomia... escarnecem de mim com uma semelhança. O mundo inteiro é uma terrível coleção de lembranças de que ela existiu e de que a perdi!”

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“ – Juntos, são capazes de desafiar Satã e todas as suas legiões.”

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Coisas assim.
Colecionei essas bobagens enquanto enlouquecia. Ou o contrário.
O fato é que enlouqueci.

Outra vez.

Ainda não tive a chance de dizer tudo isso pra ela, e, se tiver, nem sei se me lembraria de cada palavraMas gosto - ingenuamente - de crer que apenas seria suficiente me aproximar e dizer:

"-Call me Heathcliff, let have it, let me grab your soul."

Até lá, um pensamento bobo que fica é: "Como essa mulher capturou todas essas páginas em pouco mais de três minutos de letra e melodia?"

Não sei. Sinceramente, não sei.

E acho que é justamente daí que vem meu amor por ela.
Do desconhecido.

***

Pra quem aguentou até aqui, a cereja no topo do bolo:

(The Ukulele Orchestra of Great Britain)

"Heathcliff, it's me, I'm Cathy, I've come home
I'm so cold, let me in a your window"

domingo, 8 de março de 2015

"I feel the hope...

...running low."

"Water is all that survived that one."
(John Frusciante - Hope)