quarta-feira, 31 de março de 2021

dos da national - do quintal esquecido e de local indeterminado, dois belos alguéns dançando longe daqui


Quando uma foto convida a outra pra dançar:


"Do quintal esquecido"
(Luiz Braga, 2013, comunidade Pau Furado, Ilha do Marajó, Pará)
 piauí, fev/21

"A Amazônia é tratada como o quintal do Brasil e, nesse quintal, Marajó é o canto esquecido, onde um povo trabalhador luta para ser tratado dignamente."

***

"Estudo em tom azul"
(Karen Kasmauski, 1998, local indeterminado)

***

"...a voz de um certo alguém que canta como que pra ninguém..."
[...]
"...toda a beleza, da natureza..."

***

Alguéns!
💓

***

Caetano Veloso - Alguém Cantando

"A voz de alguém nessa imensidão
A voz de alguém que canta 
A voz de um certo alguém
Que canta como que pra ninguém
A voz de alguém quando vem do coração
De quem mantém toda a pureza
Da natureza
Onde não há pecado nem perdão"

***

É dos da national, conexão piauí.

domingo, 28 de março de 2021

dos da national - PING


Em uma madrugada qualquer em 1997


Trim, trim...

- Hum...

- Alô, Alonzo?!

- ...

- É o Alonzo? Do “Gás e Água do Alonzito”?

- Hummm...

- Ô rapaz, beleza? Desculpe ligar nesse horário, mas é que tô precisando demais de um favor seu.

- Hein?!

- Será que você pode me quebrar um galho? 

- Mas... quem tá falando mesmo?

- Ah, aqui é o Nelson.

- Nel-quem?

- “Son”, Nel-son! Da “Nelson & Heitor Eletrônica Ltda”.

- ...

- Então, desculpe o mal jeito e o horário. Não sei se vai se lembrar, você esteve aqui outro dia pra comprar um ferro de solda, um adaptador P2 e oito metros de cabos elétricos de bitola 2,5mm.

- Sei...

- Então, eu te atendi, tá lembrado? Meu funcionário, o Andrey, tinha saído pro horário de almoço dele e eu fiquei sozinho na loja. Na hora de pagar você comentou da Epiphone que eu tenho pendurada ali na parede do fundo, do lado da estante dos componentes. Falei que era só decoração, coisa da época do colégio...

- Aham... acho que sei, o cara que curte The Kinks?

-ISSO! Sou eu mesmo. A gente conversou um pouco sobre essas bobagens, nostalgias em geral, aí você me falou que curtia um som também, mencionou que tocava marimba na banda do colégio. 

- Sei, sei... acho que lembro sim...

- Então, você me deu seu cartão, “Gás e Água do Alonzito”, lembra?! Falou pra eu ligar se precisasse de gás ou água ou ambos e brincou até que a gente podia fazer um som uma hora dessas.

- Sei, lembro sim, acho que toda essa lembrança é bem específica pra mim. Mas eu não entrego agora, são duas e vinte da manhã. Só na segunda, amigo, a partir das oito.

- Então, mas a parada é séria Alonzito.

- Quê?!

- A situação é crítica, no bom sentido, mas é coisa séria. Não te incomodaria numa hora dessas se não fosse importante. Desculpe mais uma vez, mas é que eu não tenho a quem recorrer.

- Amigo, já passa das duas. Segura a onda.

- Então, o Heitor tá pronto.

- Heitor?

- Isso, o Heitor. Mencionei ele en passant naquele dia, lembra? Meu parceiro fixo de ping-pong.

- Cara, vou desligar agora, sinto muito.

- Não desliga, peraí!

- Quem diabos é Heitor, meu? Tá lôco?

- Não, foi mal, acho que falei muito en passant mesmo, é claro que você não lembra. Mas comentei que tava trabalhando com o Heitor, nesse projeto de ping-pong, mencionei o Forrest...

- Forrest?! Bicho, qual que é a tua? 

- Forrest Gump, o Tom Hanks, aquele que jogava ping-pong sozinho. Comentei que tinha um projeto inspirado nele.

- Não lembro de pôrra nenhuma disso. Imagino que deve ter sido naquela hora em que eu já nem queria meu cupom fiscal, é isso? Tava numa pressa danada e...

- Sem problemas, eu entendo. Eu também ando numa correria lôca. Pois então, aconteceu de eu precisar de um favor seu hoje e esse favor tem totalmente a ver com aquele projeto. Como você foi gente boa naquele dia - discutimos afinidades - pensei que pudesse estar interessado.

- Interessado?! Interessado em que exatamente, ôôô....

- Nelson.

- Nelson. Isso. Interessado em quê, Nelson da eletrônica?

- Interessado em me trazer uns quatro galões de água de vinte litros.

- Meu!!! Sério?! Quatro galões de água às duas e meia da manhã? Por que diabos, exatamente?

- Porque eu já consegui uns caixotes com o Borges, meu parceiro que trabalhou na Ford. Ele tinha dois lá sobrando da época em que o pessoal descartou uns trecos. Ele pegou e guardou na garagem de casa...

- Para, para, para! Que doidêra é essa, bicho? Você se intoxicou com estanho ou ácido de bateria ou algo do tipo? Quer que eu mande uma ambulância?

- Ambulância não, manda a água! Já descolei os caixotes com o Borges. Agora você traz os garrafões de água e fechou o esquema. Estabilizo a mesa na altura certa e a gente pode começar a partida. E nem precisa da água, na verdade. Quero só os garrafões mesmo.

- Certo, então deixa eu ver se entendi. Você quer quatro galões de vinte litros de água, vazios, às duas e meia da manhã por conta do seu projeto com o seu sócio Heitor, que envolve ping-pong e o Tom Hanks, é isso?

- Quase isso. Na verdade, o Heitor é mais que um sócio, é meu melhor amigo. E eu não diria bem “o” Tom Hanks porque ele é só “o” ator. O lance é mais específico, de “um” papel que ele interpretou, no caso, “o” Forrest. Então, não banque o Sargento Dan, pare de rabugice, e traga logo esses galões de água, Alonzito. Garanto que vai valer a pena!

- Duzentos reais.

- Ãh?!

- Duzentos não, quinhentos. Pelos quatro galões, pra entregar agora na sua casa.

- Ok. Mas a entrega não é em casa, é na eletrônica. E, por quinhentos reais, eu quero os garrafões com a água dentro.

- Com a água?

- Isso, faz tempo que estou fechado aqui no galpão e percebi que, dentre outras necessidades, estou com uma puta sede.

- Fechado! Garrafões com água. Saio em vinte minutos.

- Perfeito! Sabia que podia contar contigo Alonzito.

- Aham... desligando...

- Uma última coisa, você tem uma câmera?

- Uma Kodak velha, mas nem sei se funciona, com sorte ainda tem filme pra um último disparo, por quê?

- Serve. É só porque eu acho que você, provavelmente, vai querer registrar essa cena. 

- Você é doido, bicho.

- Só traz a câmera.

- ...

- E os galões.

- Ok.

- Com água dentro!

-  tu-tu-tu-tu-tu-tu-tu-tu-tu...


FIM.
(de uma história e começo de uma grande amizade.)


***

"O robô repete todas as jogadas, graças a sensores e microprocessadores eletrônicos."
(George Steinmetz, 1997, Utah)

***

Por sorte ainda havia não apenas uma pose restante no filme, mas duas.
A segunda queimou.

E eles jogaram algumas várias rodadas madrugada adentro, bebendo sofisticados drinks de água mineral ao som de muito The Kinks:

The Kinks - Waterloo Sunset (1967)

***

The Kinks - Sunny Afternoon (1966)

***

E essa história só é plausível porque gente que constrói robô pra jogar ping-pong consigo mesma tende, realmente, a ser um pouco solitária.

E também porque um dos efeitos da desidratação é demência.

***

E eu nem preciso dizer que três anos depois, quando o Tom Hanks estrelou "Cast Away", o Nelson saiu da sala de cinema e ligou imediatamente para o Alonzito, absolutamente determinado a construir um time inteiro de vôlei.

-PONG.

terça-feira, 16 de março de 2021

the newest sport, old sport - 02

 

Prova: Volta.
Modalidade: Roda.


Título da obra:
"Só o que eles não te avisaram quando você entrou no jogo cheio de gana, disposição e um espírito esportivo guerreiro de deixar os olhos da torcida marejados, foi que para parar você precisa descer primeiro."

Técnica:
Colagem (pelo de ratão-do-banhado e ratazana-do-capim sobre refugos de artigos esportivos de diversas marcas, modelos e tamanhos).

***

Happiness - Steve Cutts

sábado, 13 de março de 2021

dos da national - gigantesca e monolítica



Título da obra:
"Ao deus do concreto, todo poderoso e cimentício, um humilde pedido: ao fabricar o mais gigantesco piano do mundo, por misericórdia, conceda-me mãos maiores, dedos mais longos e umas articulaçõezinhas estupidamente flexíveis."

Técnica:
Concreto armado, concreto protendido, concreto usinado e concreto de alto desempenho sobre concreto de cimento Portland em cura úmida de sete dias.

***


"Na gigantesca e monolítica barragem Ross"
(James P. Blair, 1968, Washington)

***

É dos da national.

E é cimentício, monolítico, pianístico e catarático:

Chopin - Etudes Op. 10, n° 1
(Garrick Ohlsson)

quarta-feira, 10 de março de 2021

the newest sport, old sport - 01


Prova: Dois metros rasíssimos.
Modalidade: Peito submerso.


Título da obra:
"Por obséquio, tenha bom senso e considere com atenção o relativamente estreito diâmetro do tubo do snorkel antes de cometer a atrocidade de alimentar o nadador durante as competições. A confederação agradece."

Técnica:
Cloro aditivado mineral e suor seco sobre azulejo semi-industrial.

sexta-feira, 5 de março de 2021

É PRECISO DESEJAR URGENTEMENTE VOLTAR A DESEJAR


AS UTOPIAS

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Manifesto "Desejo Utopia", 2019 - Jô Hallack
E direto do Centro da Terra.

***

"QUERER DEMAIS"


"QUERER É O PODER
QUERER É A PORRA TODA"

***

"PORQUE NÃO EXISTE LUTA SEM DESEJO"

***

Lindo demais.
Desejei tanto que roubei pra mim.
😋💕

quinta-feira, 4 de março de 2021

em quadrado de cabo a rabo



de quadrado em quadrado em quadrado em quadrado
enquadrado
por todos os lados

do
cabo
ao
rabo
até mesmo o
leite condensado
sai
grosso
modo
verde e amarelo.

***

Título da obra:
"Parafraseando o funcionário da então precária 'oficina do Alemão', o experiente mecânico conhecido pelo apelido de 'Zico', que ofereceu o seguinte diagnóstico a um cliente de longa data, morador antigo do bairro, após bater o olho no Monza 1987 totalmente danificado por um certo netinho bêbado que pegou o carro escondido para ir a uma festinha clandestina no último carnaval:
'- Lanternagem pesada, funilaria especializadíssima e o martelinho de ouro do Thor o deus do trovão pra dar jeito, seu Orestes, porque o estrago foi grande. E tem outra coisa, não vou mentir pro senhor não, o serviço vai ficar caro."

Técnica:
Anilina azul-pavão misturada com leite condensado vencido extraído por enema do rabo do eleitorado fiel e restos de pólvora de munição de fuzil polvilhados sobre toga de juiz picareta lavada com sabão artesanal de banha de porco.

quarta-feira, 3 de março de 2021

Rima Salva! (43) - Slam no meio da fuça!


Porque quando a rima é foda, não precisa de outro instrumento.
Só do gogó.

E quando é foda, foda, não precisa da harmonia.
Só da mensagem.

E se é foda, foda, foda, aí é música para os ouvidos.

E de mandar com propriedade uma mensagem esse fera entende, e muito.
Tem aquele raríssimo dom de dizer TUDO.
Em segundos.


Lucas Afonso - Brincadeira tem hora

"Primeira morte de Covid no Brasil,
sinal amarelo, atenção, perigo a vista.
Quem não respeita o luto não respeita nada, viu?!
E o presidente levou humorista pra dar entrevista.
Brincadeira tem hora,
piada boa é quando todo mundo ri.
Eu acho injusto te chamarem de palhaço
que o sorriso tá escasso desde que chegou aí.
"

[...]

"Vinte sete anos na função de deputado
e quer chamar de vagabundo
quem luta pra ter um lar?!
Agora diz: quantos projetos aprovados?
E seu auxílio moradia mesmo tendo onde morar?"

[...]

"Eu não sei se estaria resolvido
mas com certeza estaria diferente
se na eleição o Brasil não tivesse perdido
e eleito um RACISTA! pro cargo de presidente."

"Brincadeira tem hora."

***

Muito atrasado por aqui - como de costume -, mas achando incrível como essas sábias palavras são atemporais e podem ser aplicadas com precisão cirúrgica a qualquer momento desse governo "de chacota".

Aqui, por exemplo, postado há quase um ano:

Lucas Afonso - o Brasil não pode parar

***

E eu já sei que por hora não tem jeito, porque
"mesmo assim tem boi na fila torcendo pro rei do gado."

"Mas, tudo isso vai passar e, em breve, será só memória.
Tanto o vírus quanto o pior presidente da história."

***

Slam na cara deles!

terça-feira, 2 de março de 2021

Música Salva! (42) - 1993 a 2021 e rápido como um clique


“Like the legend of the Phoenix
All ends with beginnings” 

Pois é, esses carinhas sempre tiveram disso de ir meio que contra o esperado. Agora que os robôs estão cada vez mais em alta - inteligência artificial, tecnologias disruptivas, internet das coisas, carros autônomos, algoritmos influenciando eleições -, sei lá, provavelmente o lance (badass!) das personas mecatrônicas perdeu a graça pra eles. Talvez considerassem legal ser robô-esperto em um mundo de humanos-bôbôs, mas, ser robô-esperto em mundo de super-robôs e humanos-miseravelmente-bôbôs... 

...qual seria a vantagem disso? 

“So let's raise the bar
And our cups to the stars” 

Mas essa é só uma teoria. Com toda certeza existem várias. Como, por exemplo, a de que eles pressentiram uma nova e necessária onda ludista em que uma horda monumental de pessoas que perderam seus empregos para a pandemia e as “maravilhas” tecnológicas listadas no primeiro parágrafo desse texto se revoltariam novamente contra as máquinas, descendo o porrete nessa porcariada toda. Como robôs-espertos que são, preferiram apertar o botão da autodestruição, saída essa um pouco mais prática e digna, evitando se tornarem vítimas de todo esse derramamento de silício. Mas essa é uma hipótese que tem dois – ao menos - pontos fracos. O primeiro é que, para essa população se revoltar contra algo, seria necessário desgrudar todas essas carinhas apáticas das telas de seja lá quais tipos de dispositivos inventados ontem elas estejam acompanhando frenética e fake-newsmente. A segunda é que descer porrete em qualquer máquina atual seria bem mais difícil e frustrante do que na época do fictício e crossdesser Ned Ludd, já que hoje “tá tudo na nuvem”. 

“We've come too far
To give up who we are” 

Também tem a possibilidade cinzenta-metálica do desgaste natural das relações. Toda relação tem um prazo de validade: fato. Porém, nos últimos nefastos e sinistros tempos (mais ou menos da metade da década anterior pra cá) acho que vivemos todos o processo de aceleração do envelhecimento de várias dessas relações que, por falta de criatividade ou de charme ou de coisa melhor, preguiçosamente mantínhamos. Mas nesse período, levanta a mãozinha quem aí não perdeu ou deixou de valorizar em alguma medida a companhia de conhecidos, colegas, amigos, parentes? É, acho que coincide com esse período em que muita gente se revelou for reals, my dude. E eu quis dizer "FOR REALS, Yooooooo!" mesmo! E aí você se pegou meio que tipo: “- What a fuck?! Esse son of a bitch pensa isso mesmo? Sou amigo do cara há mil anos e só agora ele me vem com essa?” Muita gente que levaria anos, talvez décadas, pra sair dos arbustos da insanidade, ganhou coragem com a rápida e enganosa transformação da estupidez em virtude, acelerando demais o azedamento do caldo que, em condições normais, talvez tivesse durado até uma vida inteira pra adquirir esse aspecto rançoso. Veja que, talvez não por coincidência, foi justamente quando já não suportávamos mais olharmos nas caras uns dos outros que veio a obrigação de usarmos máscaras. Lôco, né!? Algumas máscaras caíram e foram substituídas por outras. Pro Daft Punk, acho que isso nunca foi problema, porque, espertos como são, eles já tinham até previsto essa onda há tempos e, ao invés de simples mascareirinhas de pano com estampas e mensagens maneiras, eles vestiram logo a carapuça capacetuda robótica toda, que era pra blindar com força total a parada. Pode ser que, mesmo com esse artifício tão a frente de seu tempo, a relação não tenha sobrevivido, porque o prazo de validade mencionado talvez não respeite nem mesmo os componentes eletrônicos.

E assim, quem sabe, as coisas acabem mesmo, inevitavelmente, caminhando para se tornarem apenas memórias de acesso aleatório dentro de um gabinete empoeirado.

Tenho outras teorias aqui, tão implausíveis quanto as anteriores, mas, antes que o texto fique ainda mais longo, acho que vou colocar minhas apostas logo na mais simples: que eles estão mais uma vez sacaneando e rindo às custas da mídia e dos fãs. Sinto que esse pode ter sido uma espécie de comportamento-padrão-meio-Andy-Kaufmaniano que eles demonstraram em algumas ocasiões desde 1993. Enquanto isso, o acesso aos discos aumenta disruptivamente nos streamings em geral (não que eles precisem disso, claro). 

Mas, na eventualidade desse término ser real - o que também seria uma boa piada com a mídia e seguidores - vou só registrar mais uma bobagem aqui. Principalmente porque eu tenho muito apreço por esse disco de 2013 que rodou muito chão comigo e consequentemente me salvou. Na verdade, esse foi um ano extremamente rotativo pra mim e eles estavam ali no mp3 direto, muita paisagem passando na janela e um futuro bem incerto milhas a frente. E também me acompanharam nas pistas, claro, tanto nas de corrida quanto nas de dança (eh, robô por robô, eu também danço muito, mané!). Mas isso só quando minhas engrenagens enferrujadas e pouco avançadas, mecatronicamente falando, não me levavam a inevitáveis contusões e estiramentos - tanto dançando, quanto correndo.

Mas sempre lá, up all night to get lucky

Há umas semanas lembrei desse disco e que isso tinha sido há tanto tempo. Fiquei esperançoso, pensando que em breve eles deviam aparecer com algum material novo. E apareceram mesmo, com um suspeito, misterioso e evasivo adeus do tamanho de uma placa-mãe-gigantona. Do tipo: “Nem precisamos nos dar ao trabalho de dar uma satisfação pra ninguém, porque nunca demos!” 

E não precisar dar satisfação pra ninguém é libertador.
Aprecio demais essa capacidade nos robôs em geral.
 

Bom, enfim, acho que tá bom por hoje. 

Então, na torcida pra que seja mais uma piada, deixo essa musiquinha que (inesperado!) nem é do disco que mencionei acima, mas que é também uma bela memória de acesso aleatório, que eu vinha escutando muito e rotativamente nesses últimos tempos.

Daft Punk - Veridis Quo 

Veridis Quo
Veri disQuo
Very Disco!

E teorias a parte, a questão que fica é: 
e agora, quo vadis, cacildis?

***


***

E do RAM eu viajava demais nessa aqui:

Daft Punk - Giorgio by Moroder

***

"When I was fifteen, sixteen when I really started to play the guitar
I definitely wanted to become a musician
It was almost impossible because the dream was so big
I didn't see any chance because I was living in a little town"

[...]

"You want to free your mind about a concept of harmony and of music being correct
You can do whatever you want
So nobody told me what to do
And there was no preconception of what to do"

***

Ouvindo novamente, rolou até uma lágrima high-tech de alta fidelidade aqui.