quem quiser mandar recado remeter pacote uma carta cativante a rua numerada o nome maiusculoso pra evitar engano ou então que o destino se destrave longe
meticuloso, meu prazer não tem medida, chegue aqui na quinta-feira antes da partida
[...]
odeio disse-me-disse condeno a bisbilhotice
[...]
estarei aqui na certa sete domingos seguidos a partir do mês em frente
(Na verdade, eu venho falando desse disco desde o "Música para os ouvidos", quando esse blog ainda nem existia. Um dos melhores discos do mundo, repito.)
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Não falei exatamente sobre ovelhas, mas falei de um carneirinho:
Num cofo de quintal na terra preta cresciam plantas e rosas
(como pode o perfume
nascer assim?)
Da lama à beira das calçadas, da água dos esgotos
cresciam
pés de tomate
Nos beirais das casas sobre as telhas cresciam capins
mais verdes que a esperança
(ou o fogo
de teus olhos)
[...]
[...]
Mas a poesia não existia ainda.
Plantas. Bichos, Cheiros. Roupas.
Olhos. Braços. Seios. Bocas.
Vidraça verde, jasmim.
Bicicleta no domingo.
Papagaios de papel.
Retreta na praça. Luto.
Não sou nenhum fã do Santana, não, desculpem-me os ofendidos.
Pra ser sincero, não conheço quase nada, o que não passa de mera ignorância legítima e inescrutável.
Mas não tem como não admitir logo de cara duas coisas sobre a obra do menino:
1) essa música é animal;
2) essa capa é animal.
E é pra tirar a nhaca, mesmo, aquela nhaca braba, que só sai se esfregar muito bem esfregado, com bucha de quintal de vó e sabão de banha com emolientes de alma em sacrifício.
Santana - Soul Sacrifice Álbum: Santana (1969)
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De um zoológico qualquer do globo.
O leão não aguentou o tédio e partiu pra outras savanas.
Vai o registro da onça pintada mesmo, que também tá sempre à espreita e pronta pro ataque.
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E só pra avisar - aos possíveis desavisados - há uma diferença razoável entre
Santana (1969)
e Santana 1969
Não vão se confundir, beleza!?
A piadinha torpe fica de brinde, porque o humor tá até razoável hoje.