domingo, 19 de abril de 2020

Fina matéria vida


Ainda muito triste com a partida do Moraes.
E essa dor acumulou com a tristeza pela partida do Bill Withers, duas semanas antes.
Dois músicos de contextos muito diferentes, únicos, ambos especiais demais pra mim.

Além da música poderosa que eles produziram e que me salvou muitas e muitas vezes durante minha jornada por esse planeta, tinha algo no caráter e na forma de ser desses dois homens que os tornava lindos em infinitos níveis, sob infinitos aspectos.

E isso é algo inexplicável.
Algo que não tem como descrever direito.
É algo que emana da simples existência.
Da fina matéria vida.

Fico me perguntando o que vai acontecer quando esses seres diferenciados todos começarem a abandonar a gente aqui nesse mundo cada dia mais escroto, com os escrotos todos no poder, rodeados por tantos desses escrotinhos adoradores de escrotos...

Just sad...

***

Bom, essa o Caetano fez pro Torquato, depois de sentir uma grande dor pela perda do amigo que já havia falecido. Desses sentimentos que mexem com a gente em dias assim e fazem a gente mais uma vez perguntar sobre o eterno mistério do planeta:
"a que será que se destina mesmo?!".

Embora tenha falado muitas vezes do Caetano por aqui, ainda não tinha gravado nenhuma música dele (nunca por falta de vontade, gravaria todas se conseguisse).

Então, finalmente, fica aqui também uma homenagem a esse disco (perfeito!) que é o "Cinema Transcendental". Esse disco que eu amo da capa até a última música.
Mais uma obra preciosa de arte de mais um desses sujeitos lindos.

Música: Cajuína
Compositor: Caetano Veloso
Disco: Cinema Transcendental (1979)

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Aê, Bill!, nós vamos continuar precisando muito to lean on you, meu fera, sempre, porque não tem sol quando você não está por perto, it's only darkness every day.

Lean on Me - Bill Withers (1972)

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Aê, Moraes!, malandro do bigode charmoso, da voz macia, moleque do Brasil, (um Brasil bonito, não esse!), seguimos "Sempre Cantando" suas canções, como você mesmo nos ensinou inúmeras vezes, cheio da mais genuína alegria no coração, mostrando que a "dor não tem lugar permanente no coração de ninguém, de ninguém."

Sempre Cantando - Moraes Moreira (1975)

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"Ponho o pé no caminho, sigo cantando..."

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