Todas as vezes em que resolvo me tornar um atleta respeitado mundialmente, acabo (re)descobrindo esta triste verdade: contusões doem.
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Vou voltar aos esportes menos agressivos, como o ping-pong, por exemplo, e tentar esquecer o comentário que me desmotivou da última vez:
"- Sabe o nome deste tipo de saque que você usa? Saque-lixo!"
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A moral é uma só: basquete é cool, chineses são cool e a máfia é cool, mas isso não significa que jogar uma partida de basquete contra a máfia chinesa também seja.
Esse é em homenagem ao mestre cirandeiro que se embrenha na fuloresta, samba maracatu rural, toca rabeca, viola nordestina, guitarra e ainda acha tempo pra brincar com as palavras de uma forma bonitamente divertida.
Não bastasse isso, por saber viver "só do que a mão alcança", ainda divide o tesouro em quantas partes for necessário. Do "baque solto somente" de 2005 ao "baile solto" de 2015, creio não haver nada que valha a pena soltar nessa curta porém consistente e poderosa discografia.
(Siba - Três carmelitas) Álbum: De baile solto (2015)
te mando as rimas que há pouco eu fiz tem uns buracos depois ajeito vê o que acha e aí me diz um troço doido, nem sei direito a casa antiga que eu conheci tinha umas sombras que o sol cortava a luz dum jeito que eu nunca vi tu me sonhando eu te imaginava os teus cabelos não tinham fim teus brincos tinham memória e plástico andamos juntos pelo jardim sorrindo prismas e pérolas e pétalas e pássaros
e eu pressentindo uma coisa ruim como um aviso que não chegasse te ouvir dizendo: “olha o capim” cortaram ontem mas já renasce tem uns cavalos vem sempre aí comer as ramas da cor de azeite tu vem mais cedo outra vez daí de manhãzinha se bebe um leite você dizia: “mamãe tá aí” ouvindo as gias que raspam os cântaros fiz uns desenhos vem ver aqui o rosto dela com mirras e cânforas e bálsamos
"flutuar suspende as dores e sonhar reacende as cores"
Chega um momento na vida em que só flutuar ameniza. Já pra poder sonhar, aí é preciso o inimigo dormir. ***
Encerrando mais um caderno, colocamos um ponto final na série e no nosso curso intensivo em oito módulos sobre as maravilhas da Hidráulica e da Pneumática. Esperamos que o conteúdo desenvolvido tenha conseguido percolar de forma clara e objetiva pelas baías, golfos e canais da importância premente de sermos, a cada dia e cada vez mais, hidráulicos e pneumáticos por inteiro.
Quando crianças, uma de nossas moradas foi uma casinha singela que tinha umas bananeiras lá no fundo do quintal. Elas eram usadas pela nossa gangue para treinamento de chutes e socos. Bananeira é uma coisa boa de chutar e socar, porque não machuca quem bate. Só a bananeira.
Não me orgulho desse passado violento, mas éramos muito jovens, não recebíamos orientação e não entendíamos nada sobre o olhar do coração. Todas as nossas forças estavam voltadas para esta obsessão sangrenta que consistia em nos tornarmos uma gangue de ninjas. E as bananeiras sofreram por serem as plantas mais macias do quintal.
Quintal do nosso olhar, olhar sem coração.
Muitos anos depois, um pouco mais esclarecido e tendo cumprido todas as missões mais difíceis e perigosas que me foram confiadas, me questiono se valeu mesmo a pena toda aquela devastação apenas para me tornar um ninja renomado.
Sim, valeu, porque é muito especial ser um ninja de renome, mas, se fosse hoje, eu faria as coisas de uma maneira diferente.
Afinal, todos temos um passado e até o Donato já foi "A Bad Donato".
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É bananeira. É de fundo de quintal. É quintal do seu olhar. É olhar do coração.
O resto, sei lá. Isso já é lá com vocês.
(Bananeira - João Donato e Gilberto Gil)
Disco: Lugar Comum - 1975
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Agora é hora de aventura!
Encontre um ninja escondido na imagem abaixo e reivindique sua surpresa na barraquinha de prêmios próxima à roda gigante!
Boa sorte!
Atenção:os prêmios serão distribuídos apenas aos 100 primeiros colocados.