Quando crianças, uma de nossas moradas foi uma casinha singela que tinha umas bananeiras lá no fundo do quintal. Elas eram usadas pela nossa gangue para treinamento de chutes e socos. Bananeira é uma coisa boa de chutar e socar, porque não machuca quem bate. Só a bananeira.
Não me orgulho desse passado violento, mas éramos muito jovens, não recebíamos orientação e não entendíamos nada sobre o olhar do coração. Todas as nossas forças estavam voltadas para esta obsessão sangrenta que consistia em nos tornarmos uma gangue de ninjas. E as bananeiras sofreram por serem as plantas mais macias do quintal.
Quintal do nosso olhar, olhar sem coração.
Muitos anos depois, um pouco mais esclarecido e tendo cumprido todas as missões mais difíceis e perigosas que me foram confiadas, me questiono se valeu mesmo a pena toda aquela devastação apenas para me tornar um ninja renomado.
Sim, valeu, porque é muito especial ser um ninja de renome, mas, se fosse hoje, eu faria as coisas de uma maneira diferente.
Afinal, todos temos um passado e até o Donato já foi "A Bad Donato".
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É bananeira. É de fundo de quintal. É quintal do seu olhar. É olhar do coração.
O resto, sei lá. Isso já é lá com vocês.
(Bananeira - João Donato e Gilberto Gil)
Disco: Lugar Comum - 1975
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Agora é hora de aventura!
Encontre um ninja escondido na imagem abaixo e reivindique sua surpresa na barraquinha de prêmios próxima à roda gigante!
Boa sorte!
Atenção: os prêmios serão distribuídos apenas aos 100 primeiros colocados.
Suas aquarelas estão a cada dia mais bonitas!
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