domingo, 26 de julho de 2020

Um visitante num jardim de mictórios e penicos esmaltados...


...na melhor das hipóteses.

Essa ideia já tinha me ocorrido também, Sal.
Mas nunca soube exatamente como descrever.

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“Fui invadido à força pela ideia de que, por mais que um dia eu pudesse aprender a viver a vida de maneira tranquila, sensata ou elegante, eu seria sempre, na melhor das hipóteses, um visitante num jardim de mictórios e penicos esmaltados, com uma divindade-manequim de madeira, sem olhos, postada logo ao lado, usando uma cinta para hérnia que estava em promoção.”

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"E sempre esperando, esperando uma oportunidade decente de provocar pavor e admiração no coração medíocre mais próximo de nós."

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“Então o cacique tomou as rédeas da situação, revelando um talento antes oculto para a incompetência.”

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“Marujo não chora, meu bem. Marujo nunca chora. Só quando o navio afunda. Ou quando ele vira náufrago, de jangada e tudo, sem nada para beber a não ser – ."

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“...aqueles olhos de contar plateia...”

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“Não foi a observação de uma espertinha, mas sim de uma devota da verdade, ou da estatística.”

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“Escolher um pseudônimo me consumiu quase o mesmo tempo que a escrita de toda a carta.”

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“O fato fica sempre óbvio tarde demais, mas a mais singular diferença entre a felicidade e a alegria é que a felicidade é um sólido e a alegria um líquido.”

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“A pior coisa que ser um artista poderia fazer por você seria deixa-la levemente infeliz, o tempo todo.”

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“Se você ainda não respondeu à minha carta, por favor, continue se abstendo. É possível que eu estivesse equivocado e nesta altura da minha vida eu não procuro por vontade própria a desilusão. Estou disposto a permanecer no escuro.”

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“Não sei. Os poetas sempre levam o tempo para o lado pessoal. Eles vivem metendo as emoções deles em coisas que não têm emoção.”

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“Se eu fosse Deus, pode apostar que eu não ia querer que as pessoas me amassem de um jeito sentimental. É muito inseguro.”
[...]
“O que eu quero dizer é que eles não parecem capazes de amar a gente como a gente é. Eles não parecem capazes de amar a gente a não ser que possam ficar mudando a gente aos pouquinhos. Eles amam os motivos que têm para amar a gente quase tanto quanto amam a gente, e normalmente mais. Assim não é tão bom.”

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"Nove Histórias"
- J. D. Salinger -

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