domingo, 28 de fevereiro de 2021

Mais um dos da National


Em 2001 a National Geographic Brasil publicou essa revista aqui da qual, por acaso, eu tenho um exemplar sobrevivente (
tão em extinção quanto os próprios motivos abordados e todo o mercado editorial magazínico impresso):

National Geographic Brasil
"África, a triste sina do povo bosquímano."

***

Ontem a "energia" acabou, tudo "descarregou" e eu desgrudei a cara da tela, acendi a lamparina e comecei a folhear essa danada, vinte anos depois. Quando falta energia e inspiração costumo recorrer muito às fotos desse pessoal, seja pra matar o tempo, ter umas ideias ou fazer uns rabiscos, alguns deles até já publicados em descuidadas postagens anteriores.

(Em síntese, tô sempre roubando descaradamente dessa fonte.)

E foi só depois de passar por todas as páginas que me toquei de que se tratava de uma edição não só de 2001, mas também lançada em outro remoto mês de fevereiro:

Vinte anos! uou...
"...tempo, tempo, tempo, tempuuuu..."

***

Depois de perceber a coincidência, considerei que valia uma nova folheada. Procurei uma imagem para um desenho, umas outras ideias surgiram e, observando que naquela época a própria revista tinha uma sessão "flashback" em sua última página, resolvi fazer o "flashback" do "flashback" com o intuito de registrar meu apreço pela história dessa publicação e pelas imagens marcantes que sempre me impressionam.

Dentro disso, resolvi inaugurar mais uma inconstante e pouco promissora sessão por aqui, batizada: "dos da National".

Essa não é a primeira, mas é dos da National.

Minha intenção era, a princípio, falar da separação do Daft Punk (antes que eles retornem) mas fevereiro acaba hoje e eu resolvi passar essa história aqui na frente.

Bora lá!?

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Luz e espinhos
"Uma jornada em meio ao calor, os caminhos, os personagens e as histórias da mais rude das caatingas: o Raso da Catarina, Bahia."
Por Ronaldo Ribeiro

Foto: Araquém de Alcântara
(Raso da Catarina, Bahia, Brasil)

"Homens e espinhos, bichos e plantas, vida e morte rondam o território do Raso. Os sertanejos erguem cercas para isolar o gado, mas, às vezes, a natureza se antecipa nessa tarefa: os bois podem ficar onde morrem, para sempre."

"O Raso, enfim, é a quintessência da caatinga - um inferno de areia, espinhos e solidão. Só não é mais ermo porque as poucas pessoas que nele vivem insistem em integrar-se ao cenário hostil. Transpiram paixão pela terra, exalam calor humano."

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"Homens e espinhos..."

Fab Four

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O maior estacionamento da américa
"O vilarejo não está completamente morto, mas parece. Em meados de julho, a temperatura não sai da marca dos 48ºC. Na rua principal, as lojas estão fechadas, com as janelas protegidas por tábuas. Impregnado de uma poeira cor de âmbar, o vento espalha folhetos sujos pelos telhados e pelo deserto."

Por
 Cary Wolinsky


Foto: Cary Wolinsky
(Quartzsite, Arizona, Estados Unidos)

"Quando as lojas fecham, a camaradagem se instala entre os moradores temporários."

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"...oh, honey pie..."


Título da obra:
"Ela era uma garota trabalhadora do norte da Inglaterra que agora está tendo seu melhor momento nos Estados Unidos da América e se ela pudesse ao menos me ouvir eu diria o seguinte: '- Venha e me mostre sua mágica!'"

Técnica:
Aquarela com aroma de baunilha envelhecida em barril de carvalho sobre reboco paulista de densidade de massa desconhecida.

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Honey Pie  - Fab Four

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Além da matéria de capa, sobre o sofrido povo bosquímano da África, que relembrava o título daquela trilogia ("Os deuses devem estar loucos" - 1980, 1989 e 1991) a edição trazia também as últimas novidades sobre Marte, que na época era só um planeta distante.

Hoje
, com um pouco de Perseverance, passou a estar um pouco mais perto de logo ali.

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No final de tudo o "flashback", com uma foto publicada no artigo "Uma jornada longitudinal através do Chile", de uma edição da National Geographic de 1922.

Cento e um anos!
"...tempo, tempo, tempo, tempuuuuuuuuu...."

Foto: Harriet Chalmers Adams

"Sinal de um tempo pavoroso que vai chegar, um menino chileno vende tamancos com sola de madeira, um artigo indispensável nesta região meridional em que a precipitação muitas vezes supera 1.000 milímetros cúbicos."

Nessa mesma Temuco onde o mirím-poeta Neftalí viveu entre 1910 e 1921 e escreveu em uns caderninhos antes de passar a atender preferencialmente pelo nome de Pablo.

O poeta saiu só um ano antes da Harriet passar pra fazer essa foto.

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Tamanqueirinho, eu quero um par!


Tamanqueiro - Siba

"Tamanqueiro eu quero um par
pra eu caminhar no sereno,
um grande outro pequeno
pra pegada variar."

***

E no final de tudo, ironicamente, a publicidade trazia a ideia de satirizar o apego ao passado, zoando um pouco os arqueólogos e levantando a bola dos engenheiros, arquitetos e designers.


"Chegou Bora. O novo carro da sua vida."

Fiquei rindo internamente desse anúncio e pensando em consultar a associação dos arqueólogos, indagando sobre a impressão deles a respeito dessa campanha na época.
Também perguntaria como eles receberiam essa mensagem hoje e se algum deles tem alguma consideração sobre esse carro.

Bom, tô com o número do telefone da associação aqui.
Acho que vou ligar mesmo.
Bora?!

***

P.S.: A menção a pelo menos três carros, sendo dois deles nos últimos dois dias é coincidência. Este blog não tem vínculo com a Volks.

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