Aquele site bacaninha, que me diz o significado das músicas, avisou que o Paul Simon escreveu essa canção pro Chevy Chase. Na época, o Chevy estava em uma clínica de reabilitação para alcoólatras chamada Betty Ford Clinic. “Al” seria uma abreviatura para “alcoholic”.
Daí:
“I can call you Betty And Betty, when you call me You can call me Aaaaaaal-call!”
Eu tenho quatro morais pra essa história;
1) Quando você coloca um cara meio baixinho ao lado de um cara meio gigante, o “meio gigante” parece “gigante pra caralho” e o “meio baixinho” parece uma “tampinha de garrafa”.
2) Quando você faz isso, é porque os caras envolvidos estão pouco ligando pra esse tipo de matemática.
3) Se você é bom o bastante pra colocar o Chevy Chase, fingindo que toca trompete e fazendo umas dancinhas ridículas – de joelhos e cotovelos - em um clipe seu, então você só pode ser o Paul Simon.
4) “Férias frustradas em qualquer lugar” (Férias Frustradas; Férias Frustradas na Europa; Férias Frustradas no Natal; Férias Frustradas em Vegas e Hotel Hell Vacation) é mais do que uma sequência magnífica de filmes de comédia com o Chevy...
Por que escrever? Mais ainda: porque escrever ISSO?? Mais, mais ainda: por que escrever ISSO e ainda por cima ter a coragem - cara-de-pau - de clicar no botão enviar???
O motivo me foge, mas muito provavelmente é simples - como a maioria das coisas que não sabemos. Não sei o porquê, mas sei que é simples. E sei também da complexidade que envolve chegar a essa simplicidade. Muita matemática, álgebra e geometria envolvidas. Não que a matemática seja complexa. Na verdade, é o que de mais simples existe nesse imenso pequeno universo. Só que a questão não é o que ela é de fato, mas como a enxergamos. E sim, nós a enxergamos com olhos nublados, cheios de reservas, sempre complexando. Por isso me pego com tanta frequência, "nem tentando" achar o(s) motivo(s). E o "nem tentar" é algo viciante. Com o tempo, toma proporção e força gigantes. Se transforma em um dinossauro que engole sem mastigar. Mais precisamente, TE engole sem mastigar.
Por isso, eu tento não tentar "nem tentar". Ou pelo menos, tento "nem tentar" com menos frequência. Nem sempre dá resultado. Muitas vezes o dinossauro é mais rápido e quando menos percebo: nhac! É só bílis e suco gástrico. De dinossauro! E não é bom, eu garanto.
De vez em quando eu sou mais rápido e obtenho algum resultado, mas não significa que ele seja bom, de qualidade. Mas com a mesma frequência com que uma estrela entra pela sua janela às três da manhã pra te despertar e te convida pra um passeio noturno, eis que algo de razoável surge. E então você parece estar enganado ou iludido o bastante pra crer que valeu a pena "nem tentar" menos.
Mas o por quê disso tudo, isso eu não sei. Isso só a Matemática pode dizer. Porque só a Matemática é sincera o bastante. Só a Matemática salva. Só Ela cuida. Ela é simples e direta. Objetiva. O que é, é e o que não é, não é! Ponto final! Sem exceções, sem caprichos, sem regras mal entendidas, entrelinhas ou cláusulas em letras miúdas. Sem mudanças de plano abruptas.
E porque a Matemática se preocupa tanto conosco, ela enviou uma filha pra representá-la na Terra e nos salvar. O nome dessa filha é Música! E irmãos, eu falo por experiência própria: a Música salva!
Talvez porque ela tenha me salvado tantas vezes e me salve a cada dia eu ainda me esforce pra ser um profeta agradecido. Professando suas glórias e milagres pessoalmente e através de epístolas. Dou boas novas à uns Coríntios aqui, à uns Tessalonicenses acolá.
Mas claro que essa seria a explicação mais bonita. Não é totalmente verdade. Tem também o narcisismo. E sem querer fazer trocadilho, esse é o lado feio da história. Aquele vermezinho chamado Ego que, quando quer, consegue engolir qualquer dinossauro. Sem tempero e à seco. Sem nem mesmo um copo d'água. Eu odeio o meu Ego. Mas eu não sobreviveria sem ele. É um mal necessário. Talvez uma habilidade poderosa que a Matemática nos conferiu por uma questão de auto-preservação. É um mecanismo de defesa - e também de ataque - tão importante quanto as unhas e os dentes. Só se preocupa em sobreviver quem tem um mínimo de Ego. O Ego é o que alguns "hipocritinhas" tentaram - até com certo sucesso, admito - transformar em "amor próprio" ou "auto-estima". São termos não-matemáticos pra fazer uma coisa parecer outra, mais palatável.
Unindo os pensamentos, posso dizer que só faz música - ou qualquer forma de arte - quem tem o Ego suficientemente grande para crer que aquilo que se tem internalizado é tão importante que merece ser colocado pra fora pra ser visto/ouvido/sentido por outras pessoas. E essa é a forma mais pornográfica que existe de se mostrar. Dá vergonha, e a vontade do "nem tentar".
Então temos a Matemática, a Música e o Ego: Mãe, Filha e Espírito Santo. Essa Trindade reunida pra nos salvar. Mas sobre isso eu não posso falar mais. É uma questão de fé! Fé-matemática, claro! Um + um + um = três. A Divina Trindade.
Me perdi bastante pra acabar admitindo mais uma vez que eu não sei o porquê disso tudo. Não tenho ideia. Mas entre dinossauros, estrelas matutinas, epístolas sem nexo, teoremas vários, uma tremenda cara-de-pau e muita falta de coisa melhor pra fazer, eu sei que preciso enviar essas mensagens porque tenho uma fé-egoica-matemática de que a Música salva.
O "Música Para Os Ouvidos" se transforma a partir de agora em "Música Salva!". A contagem continua, claro, por uma questão MATEMÁTICA!
O Ego passa de vilão a bom-moço desde que praticado com moderação. Afinal, não é porque temos unhas e dentes que saímos gratuitamente arranhando e mordendo pessoas pelas ruas. A mesma lógica deve valer no caso do Ego. Viram?! LÓGICA! MATEMÁTICA!
Sinto que não era só isso, mas por hoje não há mais tempo.
Mais sobre esses e outros assuntos triviais, nas próximas epístolas.
E simples mesmo teria sido dizer toda essa baboseira acima em umas poucas palavras.
Assim, por exemplo:
"Tardei, tardei, tardei, mas cheguei.
Enfim."
Tardei - Rodrigo Amarante
Álbum: Cavalo
Obrigado aos que chegaram até aqui, junto comigo. Enfim.
"Cozinhar é igual aprender a nadar. Tá entendendo? Você não vai pegar e já sair nadando borboleta. Ou golfinho - a mesma coisa. Você já viu alguém fugindo de tubarão e nadando borboleta? Hein?!
'- Olha o tubarão!'
'- Vai afundar... vamos para... a cidade... estou vendo o cais do porto... vamos crianças...'
Muitas vezes pensei em migrar o "Música Salva!" pra cá, e acabar com aquela besteira de incomodar vocês com aqueles e-mails inconstantes e sem nexo. Bem, acho que esse dia chegou. E acho que é hoje. O problema é que, há um tempo, venho padecendo de um bloqueio criativo fortíssimo. E isso me impede de enviar novos episódios. Por isso, por enquanto, vou só fazer umas republicaçõezinhas, de leve. Nada de novo.
Este foi o primeiro "Música para os ouvidos" - o número 14 - que enviei pra vocês depois daqueles dois anos e pouco de loucura total. Os 13 episódios anteriores eu perdi, infelizmente. Não sobrou nada nos meus arquivos, como vocês bem sabem. Este foi o último capítulo antes do "Música para os ouvidos" se transformar em "Música Salva!" e foi enviado pra vocês por e-mail em 13 de maio de 2013. Os que já leram não precisam ler de novo, estão livres dessa tarefa árdua. Mas, como bem disse o Toquinho:
Então, vâmo lá...
***
Música para os ouvidos 14(?)
Se isso não lhes parece uma coisa assim tão magnífica, então eu preciso, definitivamente, andar mais com vocês. Enquanto assisto a isso - bastante impressionado - me pego refletindo sobre dois pontos básicos:
1º - A versão asiática do programa do Raul Gil é com certeza mais interessante;
2º - Eu quero (preciso!) muito fazer parte dessa gangue!
É isso. Enjoy.
Abraços.
Cha Sun Chong et al. - "Our Kindergarten Teacher"
P.S.: Boa parte dos comentários do vídeo me contradizem. Mas nada demais, tudo em termos gentis, como "creepy", "weird" e "unnatural". Talvez seja assim pra alguns de vocês também, no entanto, essa cena me chamou a atenção de uma forma positiva. Mas sei lá, pode ser só o meu lado "creepy-weird-unnatural" gritando mais alto.
P.S.2: Se você está se perguntando de uma forma enfastiada o porquê de outro e-mail dessa série, depois de mais de dois anos desde o último episódio, por favor, não desperdice o seu tempo mais do que já desperdiçou com essas poucas linhas. Eu poderia tecer uma justificativa, mas ela simplesmente não valeria a pena. Portanto, preferi sintetizá-la em seis letras e um sinal diacrítico:
SPAM-ME
13 de maio de 2013
***
De volta aos dias atuais:
Obviamente, desde que lhes escrevi este e-mail tudo o que fiz na minha vida foi me preparar para ser aceito por estes pequenos heróis. Enviei meu currículo inúmeras vezes, e fui recusado - com muita polidez - em todas elas. Sugeriram que já sou muito velho e foram absolutamente sinceros em relação ao fato de que toco mal - "falha que não pode deixar de ser considerada, senhor", conforme me escreveu a garotinha do meio, a Cha Sun Chong, líder da gangue.
- Você se sente cheio de tranqueira, como uma dessas grandes redes de lojas de departamento: só mais um dentre muitos e muitos zeros, chutado pra escanteio e entediado.
- Seus ouvidos estão cheios, mas você está vazio, segurando seu próprio coração para pessoas que de fato nunca se importam de verdade sobre como você se sente.
- Então, me dê um pouco de café e televisão, fácil assim. Já vi demais, tanto, que estou ficando cego, com um cérebro clinicamente morto.
- Sociabilidade é difícil pra cacete pra mim. Me leve desse mundo grande e mau, aceite se casar comigo e aí poderemos começar tudo outra vez.
- Você vai pro interior?
- Não, porque, além de ser longe pra burro, há pessoas lá que te fazem mal só por você ser quem é.
- Seus ouvidos estão cheios do papo furado deles. Você tem certeza de que há sabedoria por lá, mas só até as palavras começarem a te ofender de um jeito que você nem vai conseguir encontrar a porta de saída.
- Então, me dê um pouco de café e televisão, fácil assim. Já vi demais, tanto, que estou ficando cego, com um cérebro clinicamente morto.
- Sociabilidade é difícil pra cacete pra mim. Me leve desse mundo grande e mau, aceite se casar comigo e aí poderemos começar tudo outra vez.
"The phrase "when pigs fly" is an figure of speech that it describes an impossibility. The implication of such a phrase is that the circumstances in question will never occur."
Ingenuamente executada (sorry again, Kenny!) por: Mogli, O Menino Lobo
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"One morning they came to take me to jail I smiled at them and said all right But alone in that same nigth i cried and cried again But today, but today, but today, I don't know why I feel a little more blue than then…"
"Did you ever take a picture of a beautiful scene with a blue sky with a billowy cloud formation and then, when the picture came back from the finisher, discover that those beautiful clouds, wich really made the scene, were gone?"
Mas achei esse vídeo super elucidativo, de forma que resolvi postá-lo.
Esse é o segundo post do Ficcionista totalmente "não autoral".
Será que vocês seguram a onda?
Vamos ver.
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Prova número 1) Jogo da estrela (para ambos os sexos)
Prova número 2) Panela de pressão 'Rochedo' (pra mamãe)
Prova número 3) Rádio de pilha (de ótima qualidade)
Prova número 4) "E qual será o prêmio da quarta prova Lombardi?"- com direito a inclinadinha de corpo pra trás - Moderno relógio de pulso (para ele e para ela)
Prova número 5) "E pegou a bicicleta, e veio andando de bicicleta e saiu aqui e, e..." - Gravador (muito útil para os estudantes)
Prova número 6) Máquina de escrever (vai fazer deles ótimos estudantes - aqui, o Lombardi já está ficando sem criatividade)
Prova número 7) Vídeo Game (pra toda a família - aê mamãe, não é só a panela de pressão! pode jogar com a gente!) - O gesto pra "Colocou o mapa dentro" é gracioso!)
Prova número 8) "A mocinha começou a correr" - Bicicleta (lógico, nessa época os vídeo games não eram tão legais)
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E o show começa! Quando eu apitar!
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Agora vai, vai depressa, vai depressa, vai depressa, vai você pra lá, vai você, se coloca aqui no colchão, estoura a bola, vai, entra aí dentro, entra aí dentro, coloca você lá, cola a bandeirinha lá, cola, entra aí dentro, mergulha aí, vai, vai, vai, se coloca aqui você, aqui atrás, quando ele..., aqui atrás, aqui atrás, aqui atrás, agora, agora, sai, sai daí, sai, tem que pular, não, sai dai, sai, sai, agora vai você, vai, vai você, estoura, vê se tem a mensagem, vê se tem a mensagem, agora, senta aí, vê se tem a mensagem, encontra a mensagem, olha se tem mensagem, não é a mensagem, não é, vê se essa é a mensagem, também não é, vai, não tem mensagem, vai lá, não tem mensagem, é a última, vai, vai, força, força, FORÇA, AY CARAMBA!, vai, vê se tem mensagem, pega a mensagem, abre, vê se é ela, não, não tem, cadê a mensagem?, vê se é ela, agora, não é a mensag..., é essa?!, vai lá, vai lá, vai lá, se coloca lá, vai depressa, VAI, vai depressa, vai depressa, vai, pega a mensagem, pega a mensagem, agora, vai lá, vai lá, se coloca aqui, se coloca aqui, vai, se coloc..., com a mensagem, agora, se coloca você lá, encontra a bolsa, cadê a bolsa?, não perde tempo, não perde tempo, não perde tempo, cadê a bolsa?, onde é que está a bolsa?, onde é que está a BOOOLLLSA?, tá perdendo muito tempo, não tem bolsa, olha aqui a bolsa, olha aqui a bolsa, olha aqui a bolsa, olha a bolsa, pronto!, agora vai lá, calma, calma, coloca lá a bolsa, coloca a mensagem, a bolsa aqui, agora vai você, vai, vai lá, vai lá, agora, agora vai você pra lá, vai pra lá, vai pra lá, vai indo, força!, vai, vai, vai, VAI, vai indo, vai, vai, três, vai, tá subindo, vai indo, vai, vai, vai indo, vai, vai, quatro, agora cinco, seis, chega, CHEGA!, sai daí, vem pra cá, vem pra cá, pega a bolsa, pega a bolsa, dá pra ela a bolsa, PRONTO! TEMPO!
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Bem, e todo esse esforço pra nada. Venceu a Francisco Mesquita.
"- E parabéns a você, é uma bonita menina".
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Isso já seria o bastante pra responder à pergunta inicial, mas aí me vem o cara e faz isso:
Nessa época eu trabalhava na Lua. Por quê? Não sei bem. Acho
que porque já não havia mais trabalho na Terra. Vocês são jovens demais pra
saber sobre esse tipo de coisa, mas a verdade é que chegou um tempo em que tudo
o que havia pra ser feito na Terra já estava sendo feito por várias pessoas, em
diversas partes do globo. Desde grampos de cabelo com pontinha alaranjada até
aeroplanos magníficos feitos para destruição em massa. Em outras palavras,
quero dizer que já não havia empregos no planeta. Foi aí que tiveram a ideia de
enviar homens a diversos lugares inexplorados. Alguns foram enviados pra
Marte, outros pra morte, e outros pra Lua, pra fazerem trabalhos que ninguém
fazia até então. “Um mercado de trabalho em franca expansão”, eles diziam – com ênfase
na palavra ‘franca’ - mas a verdade é que só queriam se livrar dos
desajustados. Não que eu fosse um desses, mas eu era. Daí que nessa época eu
estava na Lua, fazendo esboços de pedras lunares, catalogando crateras, sincronizando
eclipses, enfim, todo tipo de trabalho sujo que precisava ser feito por alguém.
Vocês sabem que alguém tem que levar o lixo pra fora, e era isso que eu fazia
nessa época.
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Essa Lua só não é vermelha. Mas de resto é tudo isso aí. É sim.
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Esse vídeo é resultado de um estudo anti-romântico sobre a
Lua e foi realizado por um cinegrafista amador. Amador, mas anti-romântico, me
respeitem, por favor!
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É que um dia me disseram que um tal de São Lourenço ia chorar
nos céus de todo o hemisfério sul. Aí, eu subi no telhado pra dar um abraço
nele, pra chorar junto, umas mágoas, umas coisas, enfim, dividir dores. Só que
o São Lourenço não chorou no meu telhado. Mas tinha lá essa Lua, “pérola madura”,
pra me consolar. E eu fiquei ali chorando, mesmo depois que a lágrima acabou,
angariando fundos, namorando ela – porque “namorando-a” não é coisa que se
faça.
Enfim, fotografando luz, pra revelar ingratidão.
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“Lambe a minha orelha com a sua cor.”
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“Bola japonesa no céu do sertão.”
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Certa vez, conheci um cão que não latia. Lástima, ele Andaluzia:
***
Mas, oito anos depois, era mais ou menos assim:
Saudações ao velho Buñuel.
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Amor é isso aí, minha gente: é quando você cai da bicicroiss e tem alguém pra lamber suas feridas de forma a fazer você se sentir culpado por um dia ter se permitido levar um tombo de bicicroiss.
...todos confessavam que os deuses só haviam instituído os reis para que dessem festas todos os dias, contanto que fossem variadas; que a vida é demasiado curta para que a empreguemos de outra forma; que os processos, as intrigas, a guerra, as disputas dos sacerdotes que consomem a vida humana, são coisas absurdas e horríveis; que o homem nasceu para a alegria; que não amava apaixonada e continuamente os prazeres se não fora formado para eles, que a essência da natureza humana é deleitar-se, e todo o resto é loucura. Essa excelente moral nunca foi desmentida senão pelos fatos."
Uma maçã se apaixonou por uma banana, mas a banana era muito apegada às irmãs solteironas e disse que só se casava se elas fossem junto. A maçã - que era uma "maçã do amor" - tava apaixonada demais e aceitou a proposta. Se casou com a banana e levou também as quatro irmãs.
Só que, durante a lua-de-mel, a maçã se enganou e descascou a irmã errada. Quatro vezes. A esposa da maçã ficou furiosa:
"- Como você me apronta uma bobagem dessas em plena lua-de-mel? Não quero te ver mais. Nem pintada de verde!"
A maçã foi embora tristinha e, desse dia em diante, ficou estigmatizada como "a fruta do pecado". O resto é lenda.
***
Dizem que as irmãs da banana divorciada continuaram se encontrando escondido com a maçã ainda por muito tempo depois desse episódio.
(Não me perguntem como elas faziam isso. As frutas são vegetais muito criativos.)
***
Anos depois a maçã entrou pra uma salada de frutas com iogurte e ficou viajando nessa por um tempo. Um belo dia, a química acabou e cada um foi pra um canto diferente. A maçã se mudou pra Portsmouth, New Hampshire, onde se aposentou e vive com relativo conforto em uma casa perto do porto.
As irmãs apodreceram no cacho mas nunca se separaram. Eram muito unidas.